Um espaço de divulgação das Idéias (com I maiúsculo) sobre Música que alimentam o Tchutchuá como modo de vida (ou uma desculpa esfarrapada pra fazer uma colagem de Vídeos interessantes)
Clichê dizer um cabra que amou demais da conta morrer do coração. Não devo ser a primeira pessoa que escreve isso numa hora dessas. Mas inevitável, pelas lembranças que muitos de nós tem dessas músicas. Da filosofia do Afeto e carinho. Ainda há luz. Anda há raio. Ainda há estrela e luar. Ainda há iaiás para os ioiôs, e vice-versa. E ainda poderemos, quando loucos e loucas, beijar na boca amando no chão. A melhor maneira de homenagear alguém que nos deu alegria é focar nesta lembrança e vivência. Toda energia que direcionamos a algo, faz este algo crescer. A melhor homenagem a quem ama é amar mais ainda.
Esqueça tudo o que você sabe sobre Ronnie Von. Ou pelo menos a pose de bom moço carola romântico que é o mais comum no caso dele. De meados para o final da década de 60, Ronnie gravou três discos. Com a cabeça cheia de Beatles (pai diplomata que arranjava os lançamentos quase saindo do Forno, diferente do Delay de 6 meses até chegar no Brasil) criou alguns dos tesouros perdidos da Psicodelia Brasileira, em plena Jovem Guarda. A chamada trilogia Psicodélica: Ronnie Von, o A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre contra o império de Nuncamais e Máquina Voadora.
Estes discos fizeram pouco sucesso à época. O que o obrigou a mudar o foco da carreira dele para aquilo que conhecemos. Príncipe-bom-moço que os pais querem para genros. Com algumas recaídas durante a década de 1970. Hoje esta fase é bastante cultuada, tanto que em 2007 ganhou um tributo independente, Tudo de Novo - Tributo a Ronnie Von, contando com 30 bandas de todo o Brasil.
Um outro Marcelo, derrapando e procurando saber
como saber, via uma das suas principais referências musicais deixar este plano.
Aquele que puxou ele de volta para o lado Brasileiro da força. Ou pelo menos
para o lado menos "roqueiro radical”.
Para aquele cabra de 20 anos foi um choque. Para um de 35, é
perceber que aquilo foi uma ruptura de um processo. Uma contra-Tropicália, onde o moderno não validaria o tradicional verticalmente, mas dialogavam
horizontalmente.
Olho-no-olho. Confiança. Pernambucanamente.
Sem pedir benção a ninguém. Não por desrespeito, mas por
tentar seguir seu próprio caminho. Pois queria aprender até com quem criticava
este caminho.