sábado, março 31, 2012

Wando de Luta #desarquivandoBR

Quando se fala de protesto político na música dos anos 70, em geral pensamos na MPB "autorizada" e "oficial", com seus cânones com uma certa dose de assepsia social. Mas é difícil pensar uma canção que teve o impacto nas formas de organização das comunidades urbanas mais pobres, como teve “Presidente da Favela”, de Wando.

Com o bloqueio dos espaços públicos tradicionais da política — parlamento, sindicatos, partidos - a Organização visando a Participação Popular tinha que encontrar outros caminhos na época da Ditadura. Um deles foi os movimentos de organizações de moradores e comunidades carentes, com influência das Comunidades Eclesiais de Base.

Em 1977, Wando conheceu, em uma das suas participações no programa "Almoço com as Estrelas" de Aírton Rodrigues, o líder comunitário Dalvino de Freitas. E em homenagem a ele escreveu sobre a ausência de um presidente como aquele – da favela – no país.

Lembrando que não havia eleições diretas na época. Assim, as energias ficavam com a organização de base. Este lado desconhecido de um cantor colocado a margem da MPB mostra que o Cânone pode servir para que de tanto cantarmos sobre transformação da Sociedade, nos afastemos desta. Em alguns caso com muito "bom gosto".

A organização da Cultura na Ditadura Civil-Militar serviu para isso também. Terceirização das lutas populares, seja a direita e à esquerda.






Este post faz parte da quinta blogagem coletiva #desarquivandoBR, que se realiza de 28/3 a 02/4.

sexta-feira, março 30, 2012

O que fizeram com Vandré? #desarquivandoBR

Geraldo Vandré passou dois meses escondido até deixar o país de forma clandestina, em fevereiro de 1969. Morou em vários países, passando mais tempo no Chile e na França.

Quando ele retorna começam os mistérios.
Ele decide se afastar dos meio artístico. 
Informações desencontradas.
Uma Falsa entrevista no Jornal Nacional.
Aonde ele diz que foi usado e preocupado em fazer dali em diante apenas canções de amor e paz.`

Logo depois circulou um comunicado da Polícia Federal proibindo "qualquer notícia, comentário ou referência" a Vandré.

Não sei se o encontro relatado na Música é real, mas Benito de Paula relata da música abaixo o estado em que se encontrava Vandré. Escapando da Censura com imagens pungentes. 

Há vários tipos de tortura. 
Algumas bem cruéis. 
Como não poder ser quem é...


 


Este post faz parte da quinta blogagem coletiva #desarquivandoBR, que se realiza de 28/3 a 02/4.

terça-feira, março 27, 2012

Das mulheres que pelejam.

Uma vez por mês elas se juntam. Deixam de lado suas rotinas. As imposições e limites de papéis de uma visão de mundo limitada. Ainda dominante.
E dão o ar de sua graça. 
Juntas.
Sambando.
Com a Imaginação moldando seus corpos. Superando este mundo de significações, imposições e limites. 
Não mais escravas. Companheiras. Da Alegria.
Com suas luzes.
Existindo.
Sorrindo. Como se não ouvesse dia que raiasse. Se jogando na roda a cada Cartola, Nelson Cavaquinho, Martinho da Vila, e Benito de Paula que é tocado.

Se identificando. Amando. As várias pedagogias possíveis de relacionamento.
E dançando. Feito Divas. Rainhas de si mesmas.

Do prazer e poder de serem quem são. 
Nem Menos. 
Sempre mais.

Da peleja.

domingo, março 25, 2012

Tocando nossa vida...

Consertando sem saber como funciona. Quem nunca?
E insistimos. Pelejamos.
Sem notar o fluxo do rio. As margens. o que vem com a correnteza. O que está muito além de nossos preparos, nossas capacidade ou das potencialidades no momento.
Do nosso tempo. 

O maior desafio na vida é crescer sabendo o que pod
emos fazer, e como encontrar nossas potências internas, para sermos homens e mulheres melhores.

E toca Raul.
 (E Marcelo Nova, também.)

terça-feira, março 20, 2012

Como um Bravo...

"Uma metáfora para tentar encorajar alguém que se sente como se eles não têm a chance [como se] estão rastejando na sarjeta da vida." Anthony Kiedis.

Num momento difícil de submersão e solidão.
É tipo Capoeira. Levar um arrastão. Mas depois de cair, você tem que se colocar de pé, olhar no olho do adversário, e continuar a gingar.

Pois ninguém pode dizer que você tem que ter medo.

Assim nos levantamos. E voltamos a luta.

Como uns bravos.


segunda-feira, março 12, 2012

Sobre sementes...


Educar. Para Comunicar. Nesta imensa Escola chamada Vida.
É parte do trabalho que me propus na minha vida. Como falei no Twitter,
trabalhar com oficinas de Comunicação para Mobilização Social é um ato de Amor.
E amar é dúvida.
Não sabemos se as sementes florescerão. Na dúvida plantamos.
E aí, de repente, descobrimos que há flores...

E outros Jardineiros.


quinta-feira, março 08, 2012

Música ao fundo.

Eu não escrevo neste blog só porque prefiro. Escrevo acreditando que força nenhuma no mundo interfere sobre o meu poder de criação. Meu poder de compartilhar contradições, ten(s)ões, (r)existências, paixões e amores por aqui. 
Como instrumento que me ajuda a viver. A dançar e a ficar quieto. A cantar, ou a apreciar o silêncio.
Com trilha sonora. Que dão os tons dos nosso cotidianos e de nossas lembranças. De nós mesmos.
E por aqui fico. E continuo. Com a música ao fundo.
Compartilhando o que é de compartilhar.
Pois o bom da amizade é a não cobrança.





ATUALIZAÇÃO às 9:47 de 8/03, atendendo a pedidos:

quarta-feira, março 07, 2012

No hospital...

Não sei se foi o primeiro sucesso de Amado Batista, mas convenhamos, infelizmente,que esta musica dialoga com parte da população.
Isso tem razão, pois Amado Batista tem uma história parecida com muitos brasileiros: origem humilde e pobre em Catalão, chegando a ter seu rosto vetado nas capas de seu primeiro disco. Não Era estético e não ia vender, diziam....
Poisé, este cabra vendeu um milhão neste citado LP. Com rosta na capa e tudo...

O infelizmente acima se deve ao fato do tema da música: precárias condições de saúde na virada da década de 70 para 80, e as consequências. De maneira direta...